Previdência Privada compensa? Guia completo!

Tempo de leitura: 10 minutos

Para entendermos se a previdência privada compensa, veremos primeiro do que se trata e quais são os fatores a serem considerados ao escolher uma.

A previdência privada é um investimento de longo prazo e tem como objetivo, principalmente, complementar a renda da aposentadoria pública. O que se busca ao fazer esse investimento é tentar garantir uma aposentadoria confortável.

Institucionalmente — por meio das regras, tributos e taxas — a previdência privada foi moldada para que possa atender a esse objetivo de longo prazo.

Isso é tão verdade que até seu enquadramento legal é diferente de todos os outros investimentos em Fundos: a previdência privada é enquadrada como um tipo de Seguro e é supervisionada pela SUSEP (Superintendência de Seguros Privados).

Nessas condições, a previdência privada costuma ser oferecida pelo departamento de seguros dos bancos. No entanto, não deixa de ser um produto financeiro como qualquer outro. E como um produto financeiro: existem melhores e piores, assim como existem aqueles que te atenderão e aqueles não te atenderão.

Você deve buscar, claro, o melhor produto. Dessa forma, garantirá uma aposentadoria ainda mais confortável e com menor esforço. Por isso, vamos conhecer agora o que deve levar em consideração ao escolher uma previdência privada.

Tipos de Previdência Privada

Existem dois tipos de previdência privada: Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) e Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL).

A diferença entre os dois tipos recai somente nos aspectos tributários, ou seja, a única diferença entre eles será a forma de cobrança do Imposto de Renda (IR). Ambos serão iguais em todos os outros aspectos.

Veremos eles em detalhes a seguir:

Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL)

Nesse tipo é possível abater do Imposto de Renda até 12% da sua renda bruta anual que foi investida na previdência privada PGBL.

Portanto, se você investiu ao longo do ano um valor igual ou menor que 12% da sua renda bruta anual na previdência privada, então não precisará pagar IR sobre esse valor.

É um tipo de plano recomendado para pessoas com renda mais alta, que fazem a declaração de IR pelo modelo completo, por exemplo: pagam plano de saúde, têm filhos como dependentes e pagam escolas particulares.

Entretanto, no momento do saque do PGBL, o IR incide sobre o montante total presente no Fundo. Então quer dizer que o imposto será cobrado sobre os rendimentos e também sobre o que já havia sido investido.

Portanto, esse abatimento inicial do Imposto de Renda funciona como um diferimento fiscal e não como isenção fiscal. A Receita Federal não te cobra num primeiro momento, mas cobrará depois, quando o dinheiro for sacado.

Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL)

O VGBL funciona de forma oposta ao PGBL. Neste plano, você não poderá abater do IR os valores investidos na previdência privada. Entretanto, quando sacar seu dinheiro, o Imposto de Renda só incidirá sobre os rendimentos.

Esse plano é recomendado para pessoas com renda mais baixa, que não declaram IR ou que fazem a declaração do imposto de renda pelo modelo simplificado.

Previdência Privada compensa

Transferência de Renda e Pecúlio

Ao escolher entre os dois tipos de previdência privada, você também tem a opção de escolher se quer receber, no futuro, pagamentos periódicos até certa data específica ou de forma vitalícia.

Além disso, pode determinar que os pagamentos sejam transferidos aos filhos e a esposa em caso de falecimento ou adicionar um pecúlio por morte ou invalidez.

No caso do pecúlio por morte, sua família receberá a soma acumulada, já no caso de invalidez, você mesmo receberá esse valor.

Nesse sentido, os planos VGBL já têm jurisprudência consolidada que os enquadram em caráter previdenciário/securitário, portanto, não fazem parte do patrimônio do falecido e por isso não entram no processo de inventário e nem pagam o ITCMD — imposto estadual que varia entre 4% e 8%.

Previdência Privada compensa

Tributação da Previdência Privada

Ao escolher um plano de previdência privada, você também poderá escolher o regime de tributação: progressivo ou regressivo.

O tipo de tributação terá grande influência sobre seus rendimentos líquidos — quanto de fato você receberá — e não existe um que seja melhor do que o outro, tudo vai depender das suas intenções e prazos.

Tributação Progressiva

Esse é o sistema de tributação padrão cobrado anualmente pelo Imposto de Renda.

Soma-se a sua renda mensal proveniente de qualquer outra fonte — salários, aluguéis, aposentadoria INSS — com a sua renda mensal dos resgates da previdência privada. O valor resultante indicará a alíquota do imposto incidente de acordo com a tabela a seguir.

Tabela progressiva previdência privada compensa

Sempre que há o resgate da previdência privada, são cobrados 15% direto na fonte. A diferença — para maior ou menor — será compensada na declaração anual do Imposto de Renda.

Por fim, esse tipo de tributação também é indicado caso você deseje retirar o seu dinheiro em até 4 anos — mas lembre-se que isso não é recomendável quando falamos de previdência privada.

Tributação Regressiva

Esse tipo de tributação surgiu em 2005 como uma forma de estimular investimentos de longo prazo nesse ativo financeiro.

A regra é simples: quanto mais tempo você deixar seu dinheiro, menos pagará de IR sobre ele. Segue a tabela:

Tabela Regressiva Previdência Privada

Você deve estar pensando: mas as aplicações são em datas diferentes, então como posso saber quanto tempo meu dinheiro ficou parado ao fazer o resgate?

A regra é a do ‘Primeira que Entra, é o Primeiro que Sai’. Ou seja, quanto mais antigo for o aporte, mais rápido ele sairá. Será feito uma média ponderada dos aportes mais antigos e desse valor será cobrada a alíquota do IR correspondente.

Também é ideal para quem pretende resgatar o dinheiro no longo prazo — idealmente acima de 10 anos.

Previdência Privada compensa

Taxas da Previdência Privada – Previdência Privada compensa?

Como qualquer outro Fundo de Investimento, a previdência privada tem taxas de administração.

Como é um produto comercializado sobretudo nos bancos, as taxas costumam ser grandes e podem corroer grande parte do rendimento, sobretudo em períodos em que a taxa básica de juros (Selic) esteja baixa.

São três as principais tipos de taxa: carregamento, gestão e saída.

Taxa de Carregamento

Essa é uma taxa que incide sobre cada aporte. A média do mercado é de 5% sobre cada aplicação, entretanto esse valor sofre alterações de instituição para instituição.

Ou seja, caso você aplique R$ 500,00 mensais, no final do ano, com uma taxa de carregamento de 5% por aplicação, você terá aplicado na prática somente R$ 5.700,00 ao invés dos R$ 6.000,00 despendidos.

Essa é uma taxa pesada e que pode corromper seus rendimentos. É recomendável que busque instituições que abrandem esse valor. Há vários fundos que não cobram taxa de carregamento, inclusive.

Taxa de Gestão (Administração)

Essa é a taxa padrão de gestão de Fundos. A cobrança dessa taxa costuma ser anual e incide sobre o total acumulado. O mercado cobra valores de vão desde 0,5% até 4% a.a..

É fundamental que você busque fundos previdenciários com uma taxa de administração reduzida, uma elevada taxa de administração é o principal motivo pelo qual as previdências privadas costumam ter um desempenho tão ruim, perdendo muitas vezes para a inflação.

Taxa de Saída

As taxas de saída são cobradas quando o valor é resgatado e chegam até a 0,38% do valor acumulado.

Há várias instituições que não cobram a taxa de saída.

Portanto, busque fundos que não cobrem taxa de carregamento e nem taxa de saída. Além disso, é fundamental que a taxa de administração seja baixa e que não ultrapasse 1% a.a. Já adianto que não será fácil encontrar muitas opções com essas características… Até por isso as previdências privadas tem tido um desempenho muito ruim.

Come-Cotas

Os fundos de previdência privada têm a vantagem de não ter o come-cotas, que é a forma pela qual o imposto de renda é normalmente cobrado em fundos de investimento.

Por não ter o come-cotas, o IR é cobrado apenas no resgate, o que é sim uma vantagem para o investidor.

Previdência Privada compensa

Quanto rende um Fundo de Previdência Privada?

Para encontrar as entidades que podem disponibilizar planos de previdência privada, basta entrar no site da SUSEP.

Além disso, é possível acompanhar o desempenho dos fundos previdenciários nos últimos 8, 12 e 24 meses e fazer simulações de planos PGBL e VGBL.

Previdência Privada compensa?

Em geral, a previdência privada é Fundo de Investimento conservador, focado em gerar algum rendimento para que o patrimônio do investidor aumente lentamente no longo prazo.

Esse pequeno rendimento ainda é corroído por várias taxas.

A previdência privada é muito escolhida por ser um ativo fácil de ser investido, nem é preciso abrir uma conta numa corretora, por exemplo. Normalmente, tudo é feito no próprio banco onde você tem uma conta e por recomendação do gerente.

Quer saber mais sobre a diferença entre o gerente do banco e o consultor financeiro? Então clique aqui para deixar de ser enganado.

Desconfie de ativos fáceis e muito recomendados, pense sempre que aquela instituição que recomenda aquele investimento deve estar ganhando algo.

Isso não quer dizer que todos os fundos previdenciários sejam ruins, mas análise todas as opções de forma criteriosa, analisando sempre objetivos, rentabilidade, risco e taxas.

Baixe nosso ebook grátis e conheça os 5 melhores investimentos para turbinar sua aposentadoria.

O que pode te impedir de investir em opções mais rentáveis é a desconfiança e a falta de conhecimento, isso é normal.

Então dedique um tempo para conhecer os cursos recomendados aqui do blog. Abra-se para novas possibilidades, investimentos melhores e rendimentos maiores.

Conheça os melhores cursos de investimento, Bolsa de Valores e Renda Extra.

Dessa forma, você garantirá uma aposentadoria confortável, tenho certeza disso.

Em resumo – Previdência Privada compensa?

  • Para saber se Previdência Privada compensa, precisamos conhecê-la.
  • A previdência privada é um Fundo na forma de operar, mas um seguro nos aspectos jurídicos.
  • Existem dois tipos de planos: PGBL e VGBL. O primeiro é recomendado aos que fazem a declaração completa do Imposto de Renda, já o segundo para quem faz a declaração simples.
  • É possível escolher entre a tributação Progressiva e a Regressiva. A primeira segue a tabela do IR anual e a segunda valoriza quem deixa o dinheiro parado por mais tempo.
  • São várias as taxas da previdência privada: carregamento, gestão (administração) e saída. Juntas, elas representam um acréscimo significativo nos custos dos fundos e uma diminuição severa dos rendimentos.
  • No site da SUSEP, é possível encontrar as entidades que oferecem planos de previdência privada, além de realizar simulações de investimento.
  • Em geral, os planos de previdência privadas não são tão vantajosos quanto outros ativos financeiros de igual risco. Recomenda-se que o investidor dedique tempo ao estudo de outras possibilidades para ter retornos maiores no longo prazo.